Sorri e o Mundo Sorri Contigo por Luísa Sargento

07 maio 2010

Vou tentar dizer-te porque razão és ridículo

e vou dizer-to porque te levo muito, mesmo muito a sério:
Consegues sempre faltar à verdade naquilo que pensas (...) Já há muito que poderias ser senhor de ti próprio, se tentasses pensar correctamente. Só que tu pensas assim: «A culpa é dos judeus».

(...)

Quando dizes judeu cheio de arrogância e desprezo sentes menos a tua própria pequenez. (...) A tua concepção de judeu é perfeitamente arbitrária. Só que eu não te dou o direito de usá-la, quer tu sejas judeu ou ariano. Só eu próprio tenho o direito a determinar quem sou. (...)


E é ao reler os livros que já li que compreendo a fundamentação da minha pessoa...

Continuando no Escuta, Zé Ninguém, mas desta vez abri o livro onde calhou...

06 maio 2010

O grande homem e o homem pequeno

"Diferes dos grandes homens que verdadeiramente o são apenas num ponto: todo o grande homem foi outrora um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprende a sentir cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la; que mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes generais mas não de si próprio. Que admira as ideias que não teve mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar."

Wilheim Reich in Escuta, Zé Ninguém!

05 maio 2010

Como é bom ainda ter cassetes ;)

The Cranberries no meu carro e eu a berrar, ou talvez a cantar... quando deixei uma mãe com o filho passarem fora da passadeira. Enquanto esperava que a Calçada do Combro esvaziasse, para chegar a horas ao Chiado, a criança surpreendeu-me com um sorriso de todo o tamanho.


Retribuí mas por certo não consegui transmitir o quanto me senti feliz pelo seu simples gesto de gratidão!



Mais à frente, enquanto escutava esta:


e pensava no que sentia, dei passagem a outra pessoa que, mesmo com o stress matinal expresso no seu rosto, me acenou com a mão, sem no entanto olhar para mim, mas valeu, senti que, embora de forma inconsciente, tinha a gratidão dentro de si e sorri, agradecendo ao mundo mais uma lição.

Mais à frente, sem dar por isso, alguém deu por mim: um polícia!
Ía eu nos meus:

E não me multou, simplesmente pediu que não avançasse para que um carro saisse e ele estacionasse. E, mais uma vez, sorri!!!
Tenho uma vida fantástica!!!

E cantei


E lembrei-me como sempre fui feliz, como sempre tive tudo o que sempre desejei e como, de vez enquando, tentam que mude a pessoa que sou: aquela pessoa alegre, contente e de bem com a vida!!!

E como tal:


Cada um segue o seu caminho! Não me recordo agora da frase ou texto do filósofo DeRose que diz algo como (é a minha interpretação, não se esqueçam): se os nossos caminhos se cruzarem e seguirmos juntos óptimo, mas se cruzarem e não seguirmos juntos óptimo na mesma...

03 maio 2010

Ainda me surpreendo e isso é bom, muito bom...

Lá vinha eu a caminho de casa acompanhada por uma aluna - Maria de seu nome - quando parámos junto à rua dela para continuar a nossa conversa. O sol da tarde já tinha desaparecido e o calor estava bem longe de aquecer o corpo que estava por baixo do meu casaco primaveril - a Maria por sorte ainda vinha com os hábitos de Paris e pareceu-me bem quentinha.

Falávamos da escolas, dos nossos filhos, das nossas preocupações em lhes mostrarmos que existem várias formas de ver e viver a vida, quando uma carrinha estaciona junto de nós, como já é hábito naquela rua principal, onde todo e qualquer canto serve para parar a viatura.

Sai um homem dos seus 40 e muitos com um saco na mão e pede licença para passar e nós acho que nem respondemos porque o tal homem estava quase a milhas de distância de onde nos encontravamos (o nosso espaço vital não fora atingido...). Prosseguimos a nossa conversa: continuámos pelo vulcão, pela incoerência humana e discutíamos sobre como certas e determinadas situações se repetiam e como o facto de sermos conscientes não nos pertimia ignorar tais episódios.

Falámos até das touradas, das sevilhanas que em tempos fizeram parte do meu circulo cultural. E hoje nem ouvir aquela música, com a qual bailava, consigo...

Quando, no meio da nossa conversa, que se prolongava enquanto o meu corpo gelava e ao mesmo tempo aquecia com as nossa troca de ideias, o tal homem regressou ao carro e ao fechar a porta pediu desculpa e desejou-nos uma boa noite!...

E simplesmente dissemos:
UM SENHOR!