Lá vinha eu a caminho de casa acompanhada por uma aluna - Maria de seu nome - quando parámos junto à rua dela para continuar a nossa conversa. O sol da tarde já tinha desaparecido e o calor estava bem longe de aquecer o corpo que estava por baixo do meu casaco primaveril - a Maria por sorte ainda vinha com os hábitos de Paris e pareceu-me bem quentinha.
Falávamos da escolas, dos nossos filhos, das nossas preocupações em lhes mostrarmos que existem várias formas de ver e viver a vida, quando uma carrinha estaciona junto de nós, como já é hábito naquela rua principal, onde todo e qualquer canto serve para parar a viatura.
Sai um homem dos seus 40 e muitos com um saco na mão e pede licença para passar e nós acho que nem respondemos porque o tal homem estava quase a milhas de distância de onde nos encontravamos (o nosso espaço vital não fora atingido...). Prosseguimos a nossa conversa: continuámos pelo vulcão, pela incoerência humana e discutíamos sobre como certas e determinadas situações se repetiam e como o facto de sermos conscientes não nos pertimia ignorar tais episódios.
Falámos até das touradas, das sevilhanas que em tempos fizeram parte do meu circulo cultural. E hoje nem ouvir aquela música, com a qual bailava, consigo...
Quando, no meio da nossa conversa, que se prolongava enquanto o meu corpo gelava e ao mesmo tempo aquecia com as nossa troca de ideias, o tal homem regressou ao carro e ao fechar a porta pediu desculpa e desejou-nos uma boa noite!...
E simplesmente dissemos:
UM SENHOR!
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