Esta época a que chamamos Natal
E estamos na tão aguardada época
do ano do consumo excessivo em nome da família, da tradição e dos bons
costumes… As pessoas entram num stress no final do ano, numa correria
desenfreada para encontrar o melhor presente como numa competição pelo primeiro
lugar no pódio natalício esquecendo que todos os lugares já foram ocupados
vitaliciamente pelos Reis Magos…
Mas o que é afinal o Natal? Será
que é esta loucura de jantares e almoços com pessoas com quem nem nos damos
durante o ano? As trocas de prendas do amigo secreto tirado ao calhas, às vezes
em cima da hora e já com a coisa comprada sem grande interesse em se saber se
representa algo para quem a vai receber (e lá calham uns chocolatinhos de leite
para alguém vegan, ou umas bolachinhas com glúten para um celíaco, ou uma
manteiga de amendoim para alguém que vai asfixiar só com o cheiro), ou o gastar
de dinheiro antes dos saldos chegarem só porque na noite de Natal, no meio de
uma mesa com excesso de calorias e a diabetes ao rubro, é necessário ter algo
embrulhado que represente muitos euros e pouca presença de espírito?...
Será que o Grinch tem razões para existir ou será que as pessoas não querem ver o lado bom do Natal?! Aquelas toneladas de mensagens reencaminhadas das/os várias/os conhecidas/os a quem chamamos de amigas/os; os sorrisos da vizinhança que se alegra por termos vestido a melhor roupa lá de casa e que nos felicita com o célebre Boas Festas ao qual respondemos: Obrigada, igualmente! Mais as luzes de Natal a consumirem energia desenfreadamente mas que animam as pessoas que vivem em situação de sem-abrigo e lhes iluminam a noite quando queriam um tecto e escuridão para dormirem em paz e sossego.
Mas qual é o sentido do Natal? Pergunto-me todos os anos e procuro dar-lhe um significado concreto na minha vida, como que a arrumar anos a fio de um desalento sobre esta quadra. Procuro criar rituais que me relembrem o verdadeiro significado do Natal e assim celebro o divino encarnado num corpo físico; o fechar ciclos; a esperança; o início de novos ciclos; a renovação; a união; a luz vs as trevas; o divino representado em tudo (o tal do Namastê). Realizo as minhas cerimónias que se transformam em pétalas de uma mesma flor que se desdobra para tocar docemente as minhas crenças e verdades e as transformar na Realidade Única para que o Grinch, que há em mim, renasça com outro humor e alegria e abrace a estrela polar.
Como se diz por aí o Natal é quando uma Pessoa quer, irei permanecer em Natal o resto do ano!
Assim sendo, desejo-vos um excelente Natal e que a luz chegue aos nossos olhos para que o verdadeiro espírito do Natal preencha o nosso coração e possamos ver o divino em cada pessoa, ser vivo e objeto no mundo! Que os ciclos se fechem com o Inverno para os novos ciclos se abrirem na Primavera e que a esperança nunca morra mesmo que ela seja a de tocar com o queixo nos tornozelos. AhAhAhAh
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